Após três meses consecutivos de aceleração, os preços da indústria registraram variação negativa de 0,43% em novembro com relação ao mês de outubro. Os dados são do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgados nesta quinta-feira, 4, pelo IBGE. O índice no ano foi de -4,89%, a menor taxa acumulada no ano para um mês de novembro desde o início da série histórica, em 2014.
“O comportamento do segundo semestre tem sido distinto com relação aos primeiros meses do ano, quando o predomínio do viés deflacionário foi mais claro. Mesmo assim, a média praticada em novembro na porta da fábrica permanece mais baixa do que o patamar de 2022“, afirma Felipe Câmara, analista do IPP.
As atividades com as maiores variações na passagem de outubro para novembro foram indústrias extrativas (-7,09%), outros equipamentos de transporte (-2,11%), madeira (-1,77%) e fumo (-1,73%). Indústrias extrativas também foi o setor industrial de maior destaque na composição do resultado agregado, na comparação mensal. A atividade foi responsável por -0,37 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de -0,43% da indústria geral.
“Dois movimentos foram importantes em pautar o resultado do mês: a apreciação cambial corrente, a segunda mais intensa do real frente ao dólar no ano, e a queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional. Como vem acontecendo nos últimos meses, o perfil difuso da dinâmica inflacionária tem prevalecido na indústria, sem sinais claros de repasse consolidado ao longo da maior parte das cadeias produtivas”, explica Câmara.
O setor de alimentos apresentou, pelo terceiro mês consecutivo, uma variação de preços mensal positiva. Em novembro foi de 0,56%. Mesmo com a alta no mês, o acumulado no ano ficou em -3,36%. Já no acumulado em 12 meses, como tem acontecido desde abril, o resultado manteve-se em baixa, com variação de -3,09%.
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No setor de refino de petróleo e biocombustíveis entre os meses de outubro e novembro de 2023, os preços do setor subiram, em média, 0,83%, sendo o quarto mês seguido de aumento e um pouco abaixo da taxa anterior, 0,86%. Com isso, o acumulado no ano ficou em -11,89%, um quadro bem diferente do ano anterior, uma vez que, em 2022, até novembro o acumulado era de 17,48%.
Após três meses de alta, a indústria química voltou a apresentar queda. Em novembro a produção foi negociada 1,36% mais barata na porta da fábrica do que em outubro. “A (indústria) química foi outra atividade com influência grande no resultado agregado, que apresentou menores preços em novembro. O resultado, todavia, não se deveu aos petroquímicos, cuja informação coletada em novembro ainda guardou os efeitos de uma cotação internacional defasada, que esteve em alta até o início do mês. Foram os produtos consumidos na lavoura, os fertilizantes e herbicidas, que determinaram o resultado setorial”, afirmou Câmara.
No mês de novembro, a variação de preços da metalurgia foi de -1,43% em relação ao mês anterior, sétima queda consecutiva observada neste indicador. Com isso, em 2023, os preços da atividade acumulam, em média, uma queda de 10,18%, sendo a quarta variação mais intensa dentre as 24 atividades pesquisadas no IPP, assim como a quarta influência nesse indicador (-0,63 p.p. em -4,89%). E nos últimos 12 meses, o setor acumula uma redução de 11,35% no período, também se destacando como a quarta variação e influência.
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