Em Portugal, o mês de julho foi marcado por uma notícia empolgante e animadora para o mercado de veículos elétricos. De acordo com dados divulgados pela Mobi.e, empresa responsável pela gestão da rede pública de carregamento de veículos elétricos no país, foram realizados 813 mil carregamentos em julho, o que representa um aumento de 46% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Esse número impressionante é ainda mais significativo se levarmos em consideração que julho foi o mês com maior número de carregamentos desde o início da operação da Mobi.e em 2011. Isso demonstra o crescente interesse dos portugueses pela mobilidade elétrica e a consolidação dessa tecnologia no país.
Segundo a Mobi.e, o aumento no número de carregamentos pode ser atribuído a diversos fatores, como a maior oferta de veículos elétricos no mercado, a expansão da rede de carregamento e os incentivos fiscais oferecidos pelo Governo português para a compra destes veículos. Além disso, a pandemia da COVID-19 também influenciou no aumento da procura por carros elétricos, uma vez que as pessoas passaram a dar mais importância à sustentabilidade e à redução da poluição.
Com um total de 8.576 pontos de carregamento em todo o país, a rede da Mobi.e é a maior da Europa e oferece diferentes modalidades de carregamento: normal, rápido e ultrarrápido. O carregamento normal é feito em tomadas domésticas e leva de 6 a 8 horas para completar a carga. Já o carregamento rápido é realizado em postos públicos e leva cerca de 30 minutos para chegar a 80% da capacidade da bateria. Por fim, o carregamento ultrarrápido utiliza tecnologia de alta potência e pode carregar uma bateria de 40kWh em apenas 10 minutos.
Além de contribuir para a redução das emissões de gases poluentes e para a preservação do meio ambiente, o crescimento do mercado de veículos elétricos em Portugal também tem impacto positivo na economia do país. De acordo com um estudo da Deloitte, estima-se que até 2030, a mobilidade elétrica possa gerar um impacto positivo de 6,3 bilhões de euros no PIB português e criar cerca de 25 mil empregos.
Esse cenário favorável é resultado de uma combinação de fatores, como a diminuição dos preços das baterias, o aumento da autonomia dos veículos elétricos e a maior oferta de modelos no mercado. Além disso, Portugal tem se destacado em iniciativas de incentivo à mobilidade elétrica, como o Programa de Apoio à Mobilidade Elétrica (MOBI.E) e o Plano Nacional de Energia e Clima, que prevê a instalação de pelo menos 1200 pontos de carregamento público até 2023.
Além dos incentivos governamentais, as empresas têm desempenhado um papel importante na popularização dos veículos elétricos em Portugal. Grandes montadoras como Mercedes e Nissan já possuem fábricas no país, o que impulsiona a produção nacional destes veículos e aumenta a oferta e a competitividade no mercado.
Com a visão de se tornar um país neutro em carbono até 2050, Portugal tem investido cada vez mais em meios de transporte sustentáveis. Além dos veículos elétricos, o país também tem apostado em soluções como a mobilidade partilhada e o uso de energias renováveis na rede de transporte público.
O mês de julho foi sem dúvidas um marco importante para a mobilidade elétrica em Portugal, demonstrando o avanço e o amadurecimento dessa tecnologia no país. Mas ainda há muito espaço para crescer
