A preocupação com as mudanças climáticas tem ganhado cada vez mais destaque e atenção na mídia e na sociedade como um todo. E, nesse contexto, as grandes empresas de tecnologia, também conhecidas como “big techs”, têm se posicionado como líderes na luta contra o aquecimento global. No entanto, um recente relatório questiona a credibilidade das metas climáticas dessas empresas diante do aumento nas emissões de CO₂ causado por data centers e avanços em inteligência artificial.
De acordo com o relatório “Big Tech and Climate Change: The Role of Data Centers and AI” (em tradução livre: “Big Tech e Mudanças Climáticas: O Papel dos Data Centers e da Inteligência Artificial”), publicado pela organização sem fins lucrativos Greenpeace, as grandes empresas de tecnologia estão longe de cumprir suas metas de zerar as emissões de carbono até 2030. O estudo analisou as estratégias climáticas de empresas como Amazon, Google, Microsoft, Apple e Facebook e concluiu que, apesar dos esforços para promover a sustentabilidade, essas empresas ainda estão muito distantes de alcançar suas metas.
Um dos principais motivos apontados pelo relatório é o crescimento exponencial dos data centers, que são responsáveis por armazenar e processar grandes quantidades de dados. Com o avanço da tecnologia e o aumento da demanda por serviços online, a quantidade de data centers tem aumentado significativamente nos últimos anos, o que resulta em um aumento nas emissões de CO₂. Segundo o estudo, os data centers são responsáveis por cerca de 2% das emissões globais de gases de efeito estufa, o que equivale às emissões de toda a aviação civil.
Além disso, o relatório também aponta que o avanço da inteligência artificial, que é uma das principais apostas das big techs para reduzir as emissões de carbono, pode ter um impacto negativo no meio ambiente. Isso porque, para treinar e alimentar os algoritmos de inteligência artificial, é necessário um grande consumo de energia, o que pode aumentar ainda mais as emissões de CO₂. Além disso, a produção de dispositivos eletrônicos, como smartphones e computadores, também contribui significativamente para o aumento das emissões de gases de efeito estufa.
Diante desses dados, fica claro que as metas climáticas das big techs estão descoladas da realidade. Ainda que essas empresas tenham se comprometido publicamente a zerar suas emissões de carbono e investir em tecnologias sustentáveis, os resultados concretos ainda são limitados. E, enquanto isso, o impacto ambiental causado por suas atividades continua a crescer.
No entanto, é importante ressaltar que as big techs têm um papel fundamental na luta contra as mudanças climáticas. Como grandes empresas, elas possuem recursos e influência para promover mudanças significativas em suas operações e incentivar a adoção de práticas sustentáveis em toda a cadeia produtiva. Além disso, essas empresas têm um grande potencial para desenvolver tecnologias que possam ajudar a mitigar os efeitos do aquecimento global.
Portanto, é necessário que as big techs assumam uma postura mais proativa e responsável em relação às mudanças climáticas. Isso significa não apenas cumprir suas metas de redução de emissões, mas também adotar práticas mais sustentáveis em suas operações e investir em tecnologias que possam contribuir para a preservação do meio ambiente. Além disso, é fundamental que essas empresas sejam transparentes em relação aos seus impactos ambientais e suas estratégias para lidar com eles.
No entanto, não é apenas responsabilidade das big techs agir em prol do meio ambiente. Cada um de nós também tem um papel importante nessa luta.