A produção de energia é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento de qualquer país. Em Portugal, nas últimas décadas, temos assistido a um crescimento significativo na produção de energia, impulsionado principalmente pela aposta nas energias renováveis. No entanto, apesar deste avanço, ainda enfrentamos desafios em relação à dependência energética e à diferença entre a energia produzida e a consumida.
Desde 1990, a produção de energia em Portugal mais que duplicou, passando de 18,5 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep) para 40,5 milhões de tep em 2019. Este aumento é resultado de um investimento contínuo em fontes de energia limpa e sustentável, como a energia eólica, solar, hidroelétrica e biomassa. De acordo com dados do Eurostat, Portugal é o quarto país da União Europeia com maior produção de energia renovável, representando 54% do total da energia produzida em 2019.
Este crescimento é ainda mais notável quando comparado com a média europeia, que registou um aumento de apenas 40% na produção de energia no mesmo período. Isso demonstra o compromisso de Portugal em reduzir a sua dependência de fontes de energia não renováveis e em contribuir para a luta contra as alterações climáticas.
No entanto, apesar deste progresso, Portugal ainda enfrenta desafios em relação à sua dependência energética. De acordo com dados do Eurostat, em 2019, a dependência energética do país foi de 74%, acima da média europeia de 55%. Isso significa que ainda importamos uma grande quantidade de energia, principalmente de combustíveis fósseis, o que pode afetar a nossa segurança energética e a nossa economia.
Para reduzir esta dependência, é necessário continuar a investir em fontes de energia renovável e a promover a eficiência energética. O Governo Português tem vindo a implementar medidas para atingir a meta de 80% de energia renovável até 2030, através do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC). Este plano inclui a expansão da produção de energia eólica e solar, bem como a promoção da mobilidade elétrica e a melhoria da eficiência energética nos edifícios.
Além disso, Portugal tem vindo a apostar em projetos inovadores, como a construção de uma central de hidrogénio verde em Sines, que irá produzir energia limpa a partir de fontes renováveis. Este projeto, que será o maior da Europa, irá contribuir para a redução da nossa dependência energética e para a descarbonização da economia.
Apesar dos desafios, é importante destacar que a energia produzida em Portugal representa apenas um terço da energia consumida. Isso significa que ainda importamos uma grande quantidade de energia, o que tem um impacto significativo na nossa balança comercial. No entanto, com o aumento da produção de energia renovável e a implementação de medidas de eficiência energética, é possível reduzir esta diferença e tornar Portugal mais autossuficiente em termos energéticos.
Além disso, a produção de energia renovável tem um impacto positivo na economia, criando empregos e promovendo o desenvolvimento tecnológico. De acordo com a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), em 2019, o setor das energias renováveis empregava cerca de 30 mil pessoas em Portugal. Com o aumento da produção de energia limpa, este número tem vindo a crescer e irá continuar a crescer nos próximos anos.
Em suma, a produção de energia em Portugal tem vindo a crescer significativamente desde 1990, impulsionada pela aposta nas energias renováveis. No entanto, ainda enfrentamos desafios