Cientistas analisaram 24 anos de padrões das águas subterrâneas de Campi Flegrei para apontar causa de tremores constantes
A Itália é um país conhecido por sua beleza, cultura e história, mas também é um país que sofre com a atividade sísmica. Terremotos são uma realidade constante na vida dos italianos, e muitas vezes causam danos e tragédias. Por isso, é de extrema importância entender as causas desses tremores e encontrar maneiras de preveni-los.
Recentemente, um estudo realizado por cientistas da Universidade de Roma e do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) trouxe novas informações sobre a atividade sísmica na região de Campi Flegrei, localizada no sul da Itália. O estudo analisou 24 anos de padrões das águas subterrâneas da região e chegou a uma conclusão surpreendente: o magma não é o principal fator para os terremotos na área.
Campi Flegrei é uma caldeira vulcânica ativa, que abrange uma área de cerca de 100 quilômetros quadrados. A região é conhecida por sua atividade sísmica constante, com pequenos tremores ocorrendo regularmente. Esses tremores são causados pelo movimento de fluidos subterrâneos, como água e gás, que se acumulam sob a superfície.
Durante muito tempo, acreditava-se que o magma era o principal responsável pelos tremores em Campi Flegrei. No entanto, o estudo realizado pelos cientistas italianos mostrou que a água subterrânea é o fator mais importante para a atividade sísmica na região. Os pesquisadores analisaram dados sísmicos e hidrogeológicos de 1993 a 2017 e descobriram que os tremores estavam diretamente relacionados às variações no nível das águas subterrâneas.
Segundo o estudo, quando a água subterrânea aumenta, a pressão sobre as falhas geológicas também aumenta, causando tremores. Por outro lado, quando a água é drenada, a pressão diminui e os tremores diminuem. Isso significa que a atividade sísmica em Campi Flegrei pode ser controlada pela gestão adequada das águas subterrâneas.
Essa descoberta é de extrema importância para a prevenção de terremotos na região. Atualmente, as autoridades italianas monitoram a atividade sísmica em Campi Flegrei e tomam medidas preventivas, como a evacuação de áreas de risco, quando necessário. No entanto, com o conhecimento de que a água subterrânea é o principal fator para os tremores, medidas de gestão da água podem ser implementadas para reduzir a atividade sísmica.
Além disso, o estudo também pode ter um impacto significativo em outras áreas do mundo que sofrem com atividade sísmica. Muitas regiões vulcânicas, como a Islândia e o Havaí, também têm águas subterrâneas que podem influenciar a atividade sísmica. Com os resultados do estudo em Campi Flegrei, os cientistas podem ter uma nova perspectiva sobre a relação entre água subterrânea e terremotos em outras áreas.
É importante ressaltar que o estudo não descarta completamente a influência do magma nos tremores em Campi Flegrei. O magma ainda é um fator importante na atividade vulcânica da região, mas não é o principal responsável pelos terremotos. Portanto, é necessário continuar monitorando a atividade vulcânica e sísmica em Campi Flegrei para garantir a segurança da população.
Em resumo, o estudo realizado pelos cientistas italianos traz novas informações