As línguas são uma das maiores ferramentas de comunicação da humanidade, e através delas, podemos expressar nossos sentimentos, pensamentos e identidade. No Brasil, um país tão diversificado culturalmente, temos o privilégio de ter uma grande influência das línguas africanas, especialmente o iorubá, quimbundo e jeje. Essas línguas, trazidas pelos povos africanos durante o período da escravidão, marcaram profundamente a história do país e ainda ecoam na fala, na música e na memória de uma nação que foi moldada pela diáspora africana.
A língua iorubá é originária da Nigéria e foi trazida para o Brasil pelos povos yorubás, que foram trazidos em grande número durante o período da escravidão. Essa língua foi preservada e cultivada pelos africanos escravizados, que a utilizavam para se comunicar entre si e preservar sua cultura e tradições. Com o passar dos anos, o iorubá se tornou uma língua presente em diversas regiões do país, especialmente na região Nordeste, onde a maioria dos africanos foram desembarcados. Além da fala, o iorubá também influenciou a música e a religião brasileira, através do candomblé e da umbanda, que utilizam palavras e expressões dessa língua em seus rituais e cânticos.
O quimbundo, língua originária de Angola, também teve uma grande influência na formação do Brasil. Assim como o iorubá, foi trazida pelos povos bantos, que foram trazidos em grande número para o país durante o período da escravidão. Os africanos escravizados que falavam quimbundo também utilizavam a língua como forma de resistência e preservação de sua cultura. No Brasil, o quimbundo se misturou com outras línguas africanas e com o português, criando o que hoje conhecemos como “língua geral”, que era utilizada como forma de comunicação entre os diferentes povos africanos e também com os colonizadores portugueses. Além disso, o quimbundo também influenciou a música brasileira, especialmente o samba, através de palavras e expressões que ainda hoje são utilizadas nas letras das músicas.
Outra língua que deixou sua marca na história do Brasil é o jeje, originária do antigo reino do Daomé, atualmente conhecido como Benin. Os povos jejes foram trazidos para o Brasil durante o período da escravidão e, assim como os outros povos africanos, utilizaram sua língua como forma de resistência e preservação de sua cultura. No Brasil, o jeje se misturou com outras línguas africanas e com o português, criando o que hoje é conhecido como “língua africana brasileira”. Além disso, o jeje também influenciou a música brasileira, especialmente o maracatu, através de suas danças e ritmos.
A presença dessas línguas africanas no Brasil é um reflexo da diáspora africana e da resistência dos povos africanos frente à opressão e exploração dos colonizadores. Mesmo com a proibição da língua e da cultura dos africanos escravizados, essas línguas conseguiram se manter vivas e ainda hoje são uma parte importante da identidade brasileira.
Além da influência na fala e na música, as línguas africanas também deixaram sua marca na culinária brasileira. Muitos pratos típicos, como o acarajé e o vatapá, têm origem africana e levam nomes de origem iorubá, quimbundo e jeje. Esses pratos são uma