Desde que a inteligência artificial (IA) foi criada, ela tem demonstrado rapidamente seu potencial em diversas áreas, como na medicina, finanças e até mesmo na indústria do entretenimento. Porém, a medida que a IA avança, também surgem preocupações sobre seu impacto na sociedade e o consequente controle sobre as máquinas. Recentemente, isso ficou evidente com o lançamento de uma nova ferramenta da OpenAI, que permite a criação de imagens realistas de rostos humanos.
A OpenAI é uma empresa de tecnologia de IA fundada em 2015 por Elon Musk e outros renomados profissionais da área. Seu principal objetivo é desenvolver e promover uma IA responsável e segura. No entanto, com o lançamento da ferramenta chamada “DALL·E”, esses objetivos foram colocados em xeque.
A ferramenta em questão é capaz de gerar imagens de rostos humanos realistas e até mesmo de objetos e cenários. Por trás disso, está uma tecnologia avançada baseada em aprendizado profundo de máquina chamado GPT-3 (Generative Pre-trained Transformer 3). A ideia é que o usuário forneça uma descrição em texto do que deseja criar e, em segundos, a ferramenta gera a imagem correspondente.
Essa notícia poderia ser muito bem recebida em outros tempos, mas dada a atual situação do mundo, onde as chamadas deepfakes estão cada vez mais presentes, a notícia causou alvoroço e muitas perguntas sobre os possíveis impactos dessa tecnologia. Deepfakes são vídeos e imagens que utilizam IA para criar conteúdos falsos, muitas vezes com o intuito de enganar ou manipular a opinião pública. Com o aprimoramento da tecnologia, o risco de disseminação de informações falsas aumenta consideravelmente.
Como resultado, o lançamento do DALL·E rapidamente levou a discussões e polêmicas sobre o seu uso. Em particular, o renomado estúdio de animação japonês Studio Ghibli, famoso por filmes como “A Viagem de Chihiro” e “Meu Vizinho Totoro”, se pronunciou sobre o assunto. O diretor do estúdio, Toshio Suzuki, expressou sua preocupação com a possibilidade de que a ferramenta possa ser usada para criar falsas imagens de animação, o que poderia afetar a integridade e o valor do trabalho do estúdio.
Apesar das preocupações levantadas, a OpenAI se pronunciou sobre o assunto e afirmou que a ferramenta é apenas um protótipo e que seu uso é limitado a pesquisadores e empresas selecionadas que devem seguir a ética e a responsabilidade na implementação da tecnologia. Além disso, a empresa também afirma ter tomado medidas para evitar o uso indevido da ferramenta, como a remoção de termos com conotação racista ou sexista de seus bancos de dados.
Embora os receios sejam válidos, é importante ressaltar que a IA é apenas uma ferramenta, e seu uso depende do controle humano. É responsabilidade dos desenvolvedores e usuários garantir que a tecnologia seja utilizada de maneira ética e responsável, e cabe também à sociedade estar atenta e exigir transparência nas ações das empresas que desenvolvem IA.
Além disso, é preciso reconhecer que a ferramenta da OpenAI também possui um grande potencial em diversas áreas, como no design, publicidade e nas próprias animações. Ao permitir que as pessoas criem imagens realistas sem a necessidade de habilidades técnicas, a ferramenta pode ampliar as possibilidades e incentivar a criatividade.
Ainda assim, é necessário que sejam tomados cuidados para evitar os potenciais efeitos negativos do DALL·E