Nos últimos anos, os aplicativos de delivery se tornaram uma parte essencial da vida de muitas pessoas. Com apenas alguns cliques, é possível pedir comida, produtos de supermercado, medicamentos e até mesmo itens de lojas de conveniência, tudo entregue diretamente na porta de casa. No entanto, por trás dessa comodidade, existe uma realidade muitas vezes invisível: a dos entregadores.
Esses profissionais são responsáveis por garantir que os pedidos cheguem aos clientes de forma rápida e eficiente. No entanto, eles enfrentam uma série de desafios diariamente, como longas jornadas de trabalho, baixos salários e falta de benefícios. Diante dessa situação, um movimento tem ganhado força nas últimas semanas: a luta por melhores condições de trabalho e a promessa de uma paralisação das operações dos principais aplicativos de delivery, como iFood, Uber Flash e 99 Entrega.
O movimento, que tem como objetivo chamar a atenção para as condições precárias enfrentadas pelos entregadores, tem sido organizado principalmente por meio das redes sociais. A hashtag #BrequeDosApps tem sido amplamente divulgada e já conta com o apoio de milhares de trabalhadores em todo o país. A data escolhida para a paralisação é o dia 1º de julho, e a expectativa é que seja a maior da história dos aplicativos de delivery.
Entre as principais reivindicações dos entregadores estão o aumento da taxa mínima por entrega, a garantia de um valor mínimo por hora trabalhada, o fim dos bloqueios injustificados nas plataformas e a disponibilização de equipamentos de proteção individual (EPIs) durante a pandemia de Covid-19. Além disso, eles também pedem o fim do sistema de pontuação, que muitas vezes é utilizado pelas empresas para punir os trabalhadores que não cumprem metas estabelecidas.
A mobilização dos entregadores tem ganhado destaque na mídia e tem sido apoiada por diversas entidades, como sindicatos, associações e movimentos sociais. Além disso, a paralisação também conta com o apoio de outros profissionais que atuam nos aplicativos de delivery, como os motoboys e os ciclistas. Juntos, eles esperam chamar a atenção não apenas das empresas, mas também da sociedade em geral, para a importância de garantir condições dignas de trabalho para esses profissionais.
É importante ressaltar que, apesar de serem considerados autônomos pelas empresas, os entregadores são, na prática, trabalhadores subordinados e dependentes das plataformas de delivery. Eles não possuem vínculo empregatício e, por isso, não têm direito a benefícios como férias remuneradas, 13º salário, seguro-desemprego e auxílio-doença. Além disso, muitos deles não possuem sequer um contrato de trabalho, o que os deixa ainda mais vulneráveis.
Diante dessa realidade, a paralisação do dia 1º de julho se torna ainda mais importante. Ela é uma forma de mostrar que os entregadores estão unidos e dispostos a lutar por seus direitos. Além disso, é uma oportunidade de conscientizar a população sobre a importância de valorizar esses profissionais, que são fundamentais para o funcionamento dos aplicativos de delivery.
É preciso lembrar que, sem os entregadores, os aplicativos não existiriam. São eles que garantem que os pedidos cheguem aos clientes, muitas vezes enfrentando condições adversas, como trânsito intenso e chuva. Por isso, é fundamental que eles sejam tratados com respeito e tenham suas demandas atendidas pelas empresas.
A paralisação do dia 1º de julho é apenas o primeiro passo de uma