Falámos com Rita Marques e Isabel Lucas, autoras do livro ‘Cuidar, Confortar e Recuperar’, sobre o papel fundamental dos cuidadores informais na sociedade. São eles que, muitas vezes, assumem a tarefa de cuidar de familiares ou amigos que precisam de assistência, seja por doença, deficiência ou idade avançada. Este papel é desafiador e exige muito esforço e dedicação, mas também é recompensador e cheio de amor.
Segundo Rita Marques, a ideia de escrever o livro surgiu da sua própria experiência como cuidadora informal. “Passei por esta experiência com a minha mãe, que teve um AVC e ficou com limitações físicas e cognitivas. Nesse momento, percebi a importância e a complexidade do papel do cuidador informal e decidi partilhar essa experiência com outras pessoas”, explica Rita.
Isabel Lucas acrescenta que muitas vezes os cuidadores informais não são reconhecidos pela sociedade e até mesmo pelos próprios familiares. “É um trabalho invisível, mas extremamente necessário. Muitas vezes, os cuidadores informais não têm formação ou apoio adequado para desempenhar esta função e acabam por sofrer física e emocionalmente”, diz Isabel.
O que fazem os cuidadores informais?
Os cuidadores informais têm uma rotina intensa e variada, que inclui tarefas como ajudar nas atividades diárias, administrar medicamentos, realizar curativos, acompanhar em consultas médicas e terapias, entre outras responsabilidades.
Além disso, eles também são responsáveis por dar suporte emocional e afetivo aos seus entes queridos, que muitas vezes se encontram em um momento de fragilidade. É um papel desafiador, que exige paciência, empatia e compreensão.
O tipo de apoio que precisam
Rita e Isabel destacam que os cuidadores informais precisam de apoio em várias áreas, como saúde, educação, trabalho e lazer. “É importante que os cuidadores informais tenham acesso a serviços de saúde, como acompanhamento médico e terapias, para que possam cuidar da sua própria saúde e bem-estar. Além disso, é essencial que haja políticas que facilitem a conciliação entre o trabalho e o cuidado, já que muitos cuidadores informais acabam por deixar o emprego para se dedicarem exclusivamente ao cuidado”, enfatiza Rita.
Isabel também ressalta a importância do apoio emocional para os cuidadores informais. “É fundamental que eles tenham um espaço para desabafar e receber orientações e suporte psicológico. Muitas vezes, o cuidador informal se sente sobrecarregado e com sentimentos de culpa, e é necessário que tenham um acompanhamento psicológico para lidar com essas emoções”, diz Isabel.
O papel da sociedade
Para as autoras, é fundamental que a sociedade reconheça e valorize o papel dos cuidadores informais. “É preciso que haja uma mudança de mentalidade em relação aos cuidadores informais. Eles não são apenas familiares ou amigos que assumem a tarefa de cuidar, são profissionais que precisam de apoio e reconhecimento pelo seu trabalho”, afirma Rita.
Isabel também destaca que é necessário que haja mais políticas públicas de apoio aos cuidadores informais. “É importante que o governo crie mecanismos de apoio e reconhecimento para esses cuidadores, como subsídios, licenças remuneradas e programas de formação”, sugere Isabel.
Conclusão
O papel dos cuidadores informais é fundamental para a sociedade, pois são eles que garantem o cuidado e o conforto aos seus entes queridos que precisam de assistência. No entanto, é preciso que haja um maior reconhecimento e apoio a esses prof