O estudo “Limits to Growth” (Limites do Crescimento) foi publicado no ano de 1972 pelo Clube de Roma, uma organização internacional sem fins lucrativos, com o objetivo de alertar para as consequências do crescimento econômico e populacional ilimitado em um planeta finito. O estudo foi baseado em um modelo computacional chamado World3, que analisou a interação de cinco forças fundamentais: população, produção de alimentos, industrialização, esgotamento de recursos naturais e poluição.
A recente publicação do relatório “Década decisiva: estudo de 1972 se confirma e aponta para colapso social em 2040” trouxe à tona novamente as previsões do estudo “Limits to Growth”. De acordo com os dados analisados pelo autor do relatório, Graham Turner, pesquisador do Instituto de Pesquisas de Sustentabilidade Global da Universidade de Melbourne, o mundo caminha para um possível colapso social em 2040, confirmando as previsões feitas há quase 50 anos.
O estudo “Limits to Growth” foi um marco na história da sustentabilidade e do estudo dos impactos do crescimento populacional e econômico no meio ambiente. Os resultados obtidos pelo modelo World3 mostraram que, se a humanidade mantivesse o mesmo ritmo de crescimento econômico e populacional, os recursos do planeta se esgotariam em um futuro próximo e a capacidade de suporte do meio ambiente seria ultrapassada.
Porém, o estudo também ressaltou que ainda havia tempo para mudar esse cenário. Os pesquisadores enfatizaram que, se a humanidade tomasse medidas para reduzir o crescimento populacional, controlar a produção de alimentos e a industrialização, além de investir em tecnologias sustentáveis, seria possível evitar o colapso previsto.
Desde sua publicação, o estudo “Limits to Growth” tem sido alvo de críticas e questionamentos. Alguns afirmam que as previsões não se concretizaram e que o crescimento econômico e tecnológico permitiu que a humanidade continuasse a prosperar. No entanto, a análise de Turner mostra que, apesar de não ter havido um colapso total, os impactos da exploração desenfreada dos recursos do planeta já são visíveis.
Um dos principais pontos destacados pelo relatório é o esgotamento dos recursos naturais. A produção de alimentos, por exemplo, atingiu seu limite máximo em 2008 e desde então tem se mantido no mesmo patamar, enquanto a população continua crescendo. Além disso, a poluição ambiental aumentou significativamente nas últimas décadas, contribuindo para mudanças climáticas e perda de biodiversidade.
Outro ponto alarmante é a desigualdade social. O estudo “Limits to Growth” já previa que, se não houvesse uma diminuição no crescimento populacional, a competição por recursos poderia gerar uma crescente desigualdade na distribuição de renda e acesso a bens de consumo. E é exatamente isso que estamos vivenciando atualmente, com uma minoria da população concentrando grande parte da riqueza e recursos do planeta, enquanto a maioria vive em condições precárias.
O relatório de Turner também destaca a importância de se tomar medidas urgentes para enfrentar esses desafios. Segundo ele, se a humanidade não mudar seus padrões de consumo e produção, a possibilidade de um colapso social em 2040 é bastante real. Para evitar isso, é necessário um esforço coletivo de governos, empresas, organizações não governamentais e cidadãos em geral para promover um desenvolvimento sustentável e equitativo.
Felizmente, já existem iniciativas e avanços nesse sentido. A preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade
