Nos últimos meses, a indústria automobilística tem enfrentado grandes desafios devido às políticas comerciais adotadas pelo governo dos Estados Unidos da América. A imposição de tarifas sobre produtos importados tem afetado não apenas as empresas americanas, mas também as montadoras estrangeiras presentes no país.
Entre essas montadoras, a Aston Martin e a Porsche tiveram que lidar com uma situação particularmente difícil. Aumentos significativos nos preços dos seus carros foram necessários para manter suas operações nos Estados Unidos e garantir sua competitividade no mercado.
A Aston Martin, fabricante britânica de carros de luxo conhecida por seus icônicos modelos DB e Vantage, recentemente anunciou um aumento médio de 4% nos preços dos seus veículos. Já a Porsche, alemã renomada por seus esportivos de alta performance como o 911 e o Cayman, elevou os preços em cerca de 10% em outubro deste ano.
Esses aumentos de preço ocorrem em resposta à imposição de tarifas de 25% sobre carros importados pelos Estados Unidos, que foram implementadas desde julho de 2018. A medida foi tomada pelo governo americano como uma forma de proteger e promover a indústria automobilística local, mas tem impactado negativamente as montadoras estrangeiras.
Com isso, a Aston Martin e a Porsche se juntam a outras marcas do segmento de luxo, como a BMW e a Mercedes-Benz, que também aumentaram os preços de seus carros nos Estados Unidos. Apenas no último ano, a BMW acrescentou cerca de US$5.000 aos seus modelos importados, enquanto a Mercedes-Benz aumentou os preços em até US$7.000.
Apesar do inevitável impacto que esses aumentos podem ter sobre os consumidores americanos, as montadoras têm justificativas plausíveis para essas decisões. Além da imposição das tarifas, há também o fato de que a desvalorização do dólar em relação a outras moedas elevou os custos das matérias-primas utilizadas na produção dos veículos.
Em uma declaração oficial, a Aston Martin afirmou que o aumento de preços é necessário para “compensar os custos crescentes dos nossos negócios nos Estados Unidos”. A empresa também ressaltou que seus carros são feitos à mão e possuem peças importadas de diferentes países, o que torna o impacto das tarifas ainda maior.
Já a Porsche destacou que os aumentos de preços são uma forma de “garantir a sustentabilidade dos negócios nos Estados Unidos”. Além disso, a montadora também busca mitigar o impacto das tarifas oferecendo mais opções de veículos produzidos na fábrica da marca em solo americano.
Mesmo com os aumentos de preço, a Aston Martin e a Porsche continuam apostando no mercado americano como um dos mais importantes para suas operações. Apenas no último ano, a Aston Martin registrou um aumento de 185% nas vendas nos Estados Unidos, enquanto a Porsche teve uma alta de 3,2%.
Esses números mostram que os consumidores americanos ainda valorizam e estão dispostos a pagar por carros de luxo importados, mesmo com os preços mais altos. Isso também reflete a força das marcas Aston Martin e Porsche no mercado, que continuam atraindo admiradores e clientes fiéis.
Mesmo com a situação atual, ambas as montadoras têm planos de expansão nos Estados Unidos. A Aston Martin, por exemplo, planeja lançar seu primeiro SUV, o DBX, em 2020, enquanto a Porsche irá inaugurar uma nova fábrica de carros esportivos elétricos no país.
Além disso, a Aston Martin e a Porsche também estão investindo em tecnologias mais sustentáveis para se adequar às regulamentações ambientais