Durante o Olhar Espacial, evento realizado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) no dia 25 de março de 2021, a pós-doutora Cecília Chirenti, da Universidade Federal do ABC, apresentou uma descoberta incrível: a detecção do sinal da maior fusão de buracos negros já captada até hoje. Essa descoberta é um marco importante na história da astronomia e traz novas informações sobre a evolução do universo.
Os buracos negros são objetos celestes que possuem uma massa extremamente grande e uma força gravitacional tão intensa que nem mesmo a luz consegue escapar deles. Eles são considerados verdadeiros “devoradores de matéria” e, por muito tempo, foram um mistério para os cientistas. Mas, graças aos avanços tecnológicos e às pesquisas realizadas ao longo dos anos, hoje sabemos que eles são fundamentais para a compreensão do universo.
A detecção de ondas gravitacionais, prevista por Albert Einstein em sua teoria da relatividade geral, foi um dos grandes avanços na astronomia moderna. Essas ondas são perturbações no espaço-tempo causadas por eventos cósmicos extremamente violentos, como a fusão de buracos negros. E foi exatamente isso que os cientistas detectaram.
Através de um instrumento chamado Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory (LIGO), localizado nos Estados Unidos, os cientistas conseguiram captar o sinal de uma colisão entre dois buracos negros, que ocorreu a cerca de 17 bilhões de anos-luz da Terra. Isso significa que o evento ocorreu quando o universo tinha apenas cerca de 3 bilhões de anos de idade.
Mas como exatamente os cientistas conseguiram detectar esse sinal? E por que essa descoberta é tão importante? Para responder a essas perguntas, é preciso entender um pouco mais sobre o funcionamento do LIGO.
O LIGO é composto por dois observatórios idênticos, localizados em locais diferentes dos Estados Unidos: Hanford, no estado de Washington, e Livingston, na Louisiana. Cada observatório possui dois túneis de 4 km de comprimento, nos quais são enviados feixes de laser que se encontram em um ponto central. Quando uma onda gravitacional passa pelo observatório, ela provoca uma pequena perturbação no espaço-tempo, fazendo com que os túneis se estiquem e se contraiam. Esse movimento é detectado pelos lasers e transformado em sinal elétrico, que é então analisado pelos cientistas.
No caso da fusão de buracos negros detectada, os dois observatórios do LIGO registraram um sinal com uma duração de apenas 0,1 segundos. Isso indica que a colisão entre os dois buracos negros foi extremamente rápida e violenta, liberando uma enorme quantidade de energia em forma de ondas gravitacionais.
Mas por que essa descoberta é tão importante? Primeiramente, ela confirma a existência de buracos negros e de ondas gravitacionais, previstas por Einstein há mais de 100 anos. Além disso, ela também nos ajuda a entender melhor a evolução do universo e como os buracos negros influenciam nesse processo.
Os buracos negros são considerados os “coveiros” do universo, pois, ao devorarem matéria, eles também engolem informações sobre a história do universo. Ao detectar essas ondas gravitacionais, os cientistas conseguem acessar essas informações e estudar a formação e evolução desses objetos celestes.
Além disso, essa descoberta também pode nos ajudar a entender melhor a formação de galáxias e como elas evoluem ao longo do tempo. Isso porque a fusão de buracos negros pode ser