Vários países europeus e os Estados Unidos uniram forças contra o Irã no Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em uma resolução que denuncia o “incumprimento” das obrigações nucleares do país. A resolução foi apresentada hoje, coincidindo com as negociações em curso entre Teerã e Washington.
A resolução foi proposta por países como Alemanha, França e Reino Unido, juntamente com os Estados Unidos, e foi apoiada por outras nações europeias e asiáticas. O objetivo é pressionar o Irã a cumprir suas obrigações nucleares e cooperar plenamente com a AIEA.
O Irã tem sido um assunto de preocupação internacional devido ao seu programa nuclear. O país afirma que seu programa é pacífico e tem como objetivo gerar energia para fins civis, mas muitos países, incluindo os mencionados acima, acreditam que o Irã está tentando desenvolver armas nucleares. Essas preocupações foram agravadas pelo fato de que o Irã tem se recusado a cumprir totalmente suas obrigações sob o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e outros acordos internacionais.
A resolução apresentada hoje destaca o “incumprimento” do Irã de suas obrigações, especialmente no que diz respeito à cooperação com a AIEA. A agência tem a responsabilidade de monitorar o programa nuclear do país e garantir que ele esteja sendo usado apenas para fins pacíficos. No entanto, o Irã tem se recusado a permitir o acesso total e irrestrito da AIEA às suas instalações nucleares.
Os países proponentes da resolução também expressaram preocupação com a recente decisão do Irã de enriquecer urânio a 60%, um nível muito acima do permitido pelo TNP. Essa ação é vista como um sinal claro de que o país está buscando capacidade para produzir armas nucleares. Os Estados Unidos e outros países também alegaram que o Irã tem trabalhado em projetos de mísseis balísticos, que podem ser usados para transportar ogivas nucleares.
A apresentação desta resolução coincide com as negociações em curso entre o Irã e os Estados Unidos em Viena, na Áustria. As negociações visam reviver o acordo nuclear de 2015, do qual os Estados Unidos se retiraram em 2018. O acordo, oficialmente conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), foi assinado pelo Irã, Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido, Alemanha e pela União Europeia. Sob o acordo, o Irã concordou em limitar seu programa nuclear em troca do alívio das sanções econômicas.
No entanto, a retirada dos Estados Unidos do acordo e a subsequente reimposição de sanções prejudicaram a economia iraniana e levaram o país a aumentar gradualmente suas atividades nucleares. O Irã tem afirmado que, para voltar ao cumprimento do JCPOA, os Estados Unidos devem primeiro suspender todas as sanções impostas ao país desde 2018.
As negociações em Viena são vistas como um passo importante para restaurar o acordo nuclear de 2015 e reduzir as tensões entre o Irã e outras nações. No entanto, a resolução apresentada hoje é um lembrete de que os países estão de olho no cumprimento das obrigações nucleares do Irã.
O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que “o Irã deve cumprir suas obrigações nucleares e trabalhar com a AIEA para resolver as questões pendentes”. Ele também enfatizou que os Estados Unidos estão comprometidos em voltar ao