Tasso Azevedo, um dos coordenadores gerais da entidade Observatório do Clima, recentemente fez um alerta preocupante em relação ao desmatamento nos biomas brasileiros. De acordo com Azevedo, houve uma queda histórica no desmatamento em todos os biomas do país, mas, ao mesmo tempo, esse número precisa ser analisado mais de perto para que os resultados positivos sejam mantidos.
Em um evento sobre o desmatamento da Amazônia, Tasso Azevedo declarou que houve uma diminuição de 20% no desmatamento da floresta em 2020, quando comparado com o ano anterior. Esta é a segunda queda consecutiva na taxa anual de desmatamento, o que é um sinal encorajador para a preservação da Amazônia.
No entanto, além da queda do desmatamento, Azevedo destacou que outros biomas brasileiros também apresentaram índices inéditos de degradação. De acordo com ele, todas as seis regiões do país – Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste, Sul e a Amazônia – tiveram uma diminuição no desmatamento, mas ao mesmo tempo mostraram um aumento no número de queimadas e incêndios florestais. Esses números indicam que o problema não se limita à Amazônia, mas é um desafio que deve ser enfrentado em todas as áreas do país.
Para Tasso Azevedo, é necessário um esforço conjunto para continuar a reduzir os índices de desmatamento em todo o país. Além disso, ele alerta para os riscos envolvidos na nova lei que altera o Código Florestal Brasileiro, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em 2019. A nova lei, entre outras coisas, flexibiliza as regras para a regularização de propriedades rurais que desmataram ilegalmente até 2008, o que pode incentivar ainda mais o desmatamento e a degradação ambiental.
A preocupação de Azevedo é compartilhada por diversas entidades ambientais, que temem que as mudanças na legislação possam abrir espaço para a exploração desenfreada dos recursos naturais sem a devida preocupação com a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente. Para evitar que isso aconteça, o coordenador do Observatório do Clima enfatiza a importância de se cumprir a lei de forma rigorosa e eficaz, além de buscar uma mudança real na mentalidade e nas práticas de quem atua no setor agropecuário.
Apesar dos desafios, Tasso Azevedo também ressaltou que o Brasil possui tecnologia e conhecimento para produzir de forma sustentável, mantendo a integridade dos biomas e garantindo o desenvolvimento econômico. Ele lembrou que, em 2004, o país conseguiu reduzir o desmatamento em 83% em relação ao ano anterior na Amazônia, apenas com ações de comando e controle. Ou seja, é possível alcançar mudanças significativas a curto prazo, desde que haja um comprometimento real de todos.
O alerta de Tasso Azevedo deve ser levado a sério por todos os envolvidos na preservação do meio ambiente. A queda inédita no desmatamento é um sinal de que medidas eficazes estão sendo tomadas, mas ainda há muito a ser feito. É necessário que as autoridades, produtores rurais e a sociedade como um todo se unam em prol da preservação dos nossos recursos naturais. Somente com um esforço conjunto e uma mudança de mentalidade será possível construir um futuro mais sustentável para as próximas gerações.
