Hoje, Margot Friedländer deveria ter recebido uma das mais altas condecorações alemãs, das mãos do chefe de Estado, Frank-Walter Steinmeier. No entanto, o mundo foi surpreendido pela notícia de que a cerimônia foi adiada devido à pandemia de COVID-19. Mas ainda assim, é importante reconhecer a importância e a grandiosidade dessa honra para uma mulher que tem uma história de vida inspiradora.
Margot Friedländer tem 99 anos de idade e é uma sobrevivente do Holocausto. Ela nasceu em Berlim, em 1921, e cresceu em uma família judia com uma vida confortável e feliz. Porém, tudo mudou quando Adolf Hitler chegou ao poder em 1933. Margot e sua família foram perseguidas e discriminadas pelo regime nazista, forçadas a deixar suas casas e suas vidas para trás. Em 1942, ela foi deportada para o gueto de Theresienstadt, na Tchecoslováquia, e posteriormente para Auschwitz-Birkenau.
Foi no campo de concentração que Margot perdeu sua mãe, seu irmão e sua irmã. Ela foi forçada a trabalhar como costureira para os soldados nazistas e viu as atrocidades cometidas contra os judeus, incluindo seus próprios parentes. Mas, apesar de todas as adversidades, Margot sobreviveu ao Holocausto e conseguiu emigrar para os Estados Unidos em 1946, onde construiu uma nova vida.
Porém, nunca esqueceu suas raízes e sua história. Em 1997, Margot voltou para a Alemanha e dedicou-se a compartilhar sua experiência com as novas gerações, a fim de manter viva a memória do Holocausto e combater o antissemitismo. Ela fundou a associação “Gegen Vergessen – Für Demokratie” (Contra o Esquecimento – Pela Democracia) e realizou inúmeras palestras em escolas e eventos pelo país.
E é por essa dedicação e coragem que Margot Friedländer deveria receber hoje a Cruz de Mérito da Ordem do Mérito da República Federal da Alemanha, uma honra concedida a pessoas que se destacam por suas realizações extraordinárias e pelo serviço à sociedade. O presidente Frank-Walter Steinmeier, que tem sido um forte defensor da memória do Holocausto e da luta contra o antissemitismo, seria o responsável por entregar a condecoração à Margot. Infelizmente, a pandemia impediu que essa cerimônia acontecesse hoje, mas isso não diminui a importância dessa homenagem.
Margot Friedländer é uma testemunha viva de um dos períodos mais sombrios da história da humanidade e sua voz é uma ferramenta poderosa para transmitir essa experiência às novas gerações. Ela é um exemplo de resiliência, força e coragem, e sua luta pela memória do Holocausto e pela tolerância é uma lição para todos nós.
É por isso que é tão importante que Margot Friedländer receba essa honra que lhe é devida. Ela é um símbolo da reconstrução da Alemanha pós-guerra e da importância de se aprender com os erros do passado. Sua dedicação em compartilhar sua história é um exemplo de como podemos usar o conhecimento para promover a paz e a tolerância em um mundo cada vez mais dividido.
Enquanto esperamos pelo momento em que a cerimônia possa ser realizada, devemos lembrar e honrar Margot Friedländer e todas as vítimas do Holocausto. Devemos seguir seu exemplo de luta contra o ódio e a discriminação e trabalhar juntos para construir um mundo mais justo e igualitário.
Margot Friedländer é uma