Com um investimento bilionário, o Projeto DUNE (Deep Underground Neutrino Experiment) tem como objetivo desvendar os mistérios da origem do Universo. E o Brasil tem um papel vital nessa empreitada, através da tecnologia essencial desenvolvida por pesquisadores brasileiros.
O DUNE é um projeto internacional que reúne cientistas de mais de 30 países, incluindo o Brasil. Ele consiste em um detector de neutrinos de última geração, que será instalado a 1,5 km de profundidade no subsolo dos Estados Unidos, no Laboratório Nacional de Fermi, em Illinois. O detector terá um volume equivalente a 50 campos de futebol e será capaz de captar partículas subatômicas que atravessam a Terra, vindas do espaço.
Mas por que estudar neutrinos? Essas partículas são consideradas uma das chaves para entendermos a formação do Universo. Elas são produzidas em grandes quantidades em eventos cataclísmicos, como explosões de supernovas e colisões de buracos negros. Além disso, os neutrinos são uma das partículas mais abundantes no Universo, perdendo apenas para o fóton, a partícula de luz. Porém, sua natureza é ainda um mistério para os cientistas.
É aí que entra o Brasil. Os pesquisadores brasileiros desenvolveram uma tecnologia fundamental para o sucesso do projeto DUNE: os detectores de luz cintilante. Esses detectores são responsáveis por captar a luz gerada quando um neutrino interage com o detector. Eles são extremamente sensíveis e precisos, permitindo que os cientistas identifiquem e estudem as partículas com mais detalhes.
O desenvolvimento dos detectores de luz cintilante foi liderado pelo professor Ettore Segreto, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo ele, a tecnologia brasileira está sendo utilizada em mais de 90% dos detectores de luz cintilante do DUNE, o que demonstra a importância do Brasil no projeto.
Além disso, o Brasil também contribui com outros aspectos do DUNE, como a construção de componentes eletrônicos e sistemas de controle. O país também é responsável pela produção de um dos principais componentes do detector, o chamado “calorímetro de argônio líquido”, que será utilizado para medir a energia dos neutrinos.
Com um investimento de cerca de US$ 1,5 bilhão, o DUNE é considerado um dos maiores projetos científicos da atualidade. Ele é financiado por agências de fomento dos países participantes, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Além disso, a colaboração entre os países permite que os cientistas compartilhem conhecimentos e recursos, acelerando o progresso da pesquisa.
Os resultados esperados com o DUNE são promissores. Os cientistas acreditam que, através do estudo dos neutrinos, será possível entender melhor como o Universo se formou e como a matéria surgiu. Além disso, o projeto também pode ajudar a elucidar questões sobre a existência de matéria escura e a energia escura, dois dos maiores enigmas do Universo.
Mas o impacto do DUNE não se limita apenas à ciência. O projeto também tem potencial para gerar tecnologias inovadoras que podem ser aplicadas em outras áreas, como a medicina e a indústria. Além disso, ele também contribui para o desenvolvimento da ciência no Brasil, fomentando a formação de jovens pesquisadores e a colaboração entre instituições.
Portanto, é motivo de orgulho para o Brasil participar de um projeto tão grand