Um estudo recente realizado pela Pordata, uma base de dados estatísticos sobre Portugal, revelou um dado preocupante: apenas seis em 24 governos conseguiram concluir o seu mandato desde as primeiras eleições legislativas em democracia, em 25 de Abril de 1976. Isso significa que, em média, apenas um quarto dos governos eleitos conseguiram cumprir o seu mandato até o fim. O último governo a conseguir essa proeza foi o de António Costa, entre 2015 e 2019.
Esses números podem ser considerados alarmantes, mas também levantam questões importantes sobre a estabilidade política em Portugal. Afinal, por que tantos governos não conseguem concluir o seu mandato? Quais são os fatores que contribuem para essa instabilidade? E o que pode ser feito para melhorar essa situação?
Uma das principais razões apontadas para a falta de estabilidade política em Portugal é a fragmentação partidária. Desde a redemocratização do país, em 1974, tem sido comum a formação de governos de coligação, o que pode gerar conflitos e dificultar a tomada de decisões. Além disso, a falta de uma maioria clara no parlamento também pode levar a uma governabilidade frágil e a constantes mudanças de governo.
Outro fator importante é a crise econômica que Portugal enfrentou nos últimos anos. A crise financeira de 2008 afetou gravemente o país, levando a medidas de austeridade e a um aumento do desemprego e da pobreza. Isso gerou um clima de insatisfação e descontentamento com os governos, que muitas vezes são responsabilizados pela situação econômica do país.
Além disso, a corrupção e os escândalos políticos também contribuem para a instabilidade política em Portugal. A falta de transparência e a má gestão dos recursos públicos podem minar a confiança da população nos governantes e gerar protestos e manifestações, que muitas vezes resultam na queda do governo.
No entanto, apesar desses desafios, é importante ressaltar que Portugal tem uma longa tradição democrática e tem conseguido superar muitos obstáculos ao longo dos anos. Desde a Revolução dos Cravos, em 1974, o país tem passado por importantes transformações políticas, sociais e econômicas, consolidando-se como uma democracia estável e respeitada internacionalmente.
Além disso, é preciso destacar que, apesar da instabilidade política, Portugal tem conseguido avançar em diversas áreas. Nos últimos anos, o país tem registrado um crescimento econômico consistente, reduzido o desemprego e melhorado indicadores sociais, como a educação e a saúde. Isso mostra que, apesar dos desafios, os governos têm conseguido implementar políticas eficazes e alcançar resultados positivos.
Outro ponto importante é que, apesar da fragmentação partidária, os governos têm conseguido trabalhar em conjunto para superar crises e enfrentar desafios. Um exemplo disso foi a resposta do país à pandemia de COVID-19, que exigiu uma ação coordenada e rápida por parte do governo e dos partidos políticos. Isso demonstra que, apesar das diferenças, os líderes políticos têm sido capazes de colocar os interesses do país em primeiro lugar.
É claro que ainda há muito a ser feito para melhorar a estabilidade política em Portugal. É preciso fortalecer as instituições democráticas, combater a corrupção e promover uma maior transparência na gestão pública. Além disso, é importante que os governos sejam capazes de dialogar e trabalhar em conjunto, buscando sempre o bem comum.
Em resumo, o estudo da Pordata nos alerta para a importância de se buscar