No último domingo, o mundo literário perdeu uma de suas maiores referências: o romancista peruano-espanhol, Mario Vargas Llosa. Aos 89 anos, o autor faleceu em sua casa em Lima, onde vivia desde 2022, rodeado por sua família. A notícia foi divulgada por seus filhos nas redes sociais e deixou seus fãs e admiradores em choque e tristeza.
Vargas Llosa foi um dos escritores mais importantes e influentes do século XX e início do século XXI. Sua obra, que inclui mais de 30 romances, ensaios e peças de teatro, foi traduzida para diversas línguas e conquistou leitores ao redor do mundo. Em 2010, ele foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, tornando-se o primeiro escritor latino-americano a receber essa honraria desde Gabriel García Márquez, em 1982.
Nascido em Arequipa, no Peru, em 1936, Vargas Llosa teve uma infância conturbada, marcada pela separação dos pais e pela mudança constante de cidade. Foi em Piura, no norte do país, que ele descobriu sua paixão pela literatura, ao ler obras de autores como William Faulkner e Ernest Hemingway. Aos 19 anos, mudou-se para Lima, onde estudou Direito e Letras na Universidade Nacional Mayor de San Marcos.
Sua carreira literária começou em 1959, com a publicação de seu primeiro romance, “A Cidade e os Cachorros”, que lhe rendeu o Prêmio Biblioteca Breve. A partir daí, Vargas Llosa não parou mais de escrever e de conquistar prêmios e reconhecimento. Seus livros abordam temas como política, poder, amor, identidade e liberdade, sempre com uma escrita envolvente e uma visão crítica sobre a sociedade.
Além de suas obras de ficção, Vargas Llosa também se destacou como ensaísta e jornalista. Seus artigos e crônicas foram publicados em diversos jornais e revistas, e ele sempre se posicionou de forma clara e corajosa em relação a questões políticas e sociais. Em 1990, candidatou-se à presidência do Peru, mas acabou sendo derrotado por Alberto Fujimori.
Sua morte deixa um vazio imenso na literatura latino-americana e no mundo das letras. Vargas Llosa era um escritor completo, que dominava a arte de contar histórias e de fazer reflexões profundas sobre a condição humana. Seus personagens eram complexos e suas tramas, envolventes, fazendo com que seus leitores se identificassem e se emocionassem com suas obras.
Seu legado, no entanto, permanecerá vivo por meio de seus livros, que continuarão a ser lidos e apreciados por muitas gerações. Vargas Llosa deixa um exemplo de dedicação à literatura e de comprometimento com a liberdade de expressão, valores que sempre estiveram presentes em sua obra. Sua morte é uma grande perda, mas sua vida e obra serão sempre lembradas e celebradas.
Diversas personalidades do mundo da cultura e da política lamentaram a morte de Vargas Llosa e prestaram homenagens ao escritor. O presidente do Peru, Pedro Castillo, declarou que o país perde um de seus maiores representantes e que sua obra continuará a inspirar as futuras gerações. O presidente da Real Academia Espanhola, Santiago Muñoz Machado, afirmou que Vargas Llosa foi um dos maiores escritores da língua espanhola e que sua morte é uma perda irreparável.
Para seus fãs e admiradores, fica