As mulheres têm conquistado cada vez mais espaço e igualdade em diversas áreas da sociedade, e isso inclui a saúde materna. Graças a avanços médicos e políticas públicas efetivas, as mulheres têm atualmente mais chances do que nunca de sobreviver à gravidez e ao parto. No entanto, um recente alerta das Nações Unidas traz à tona um tema preocupante: os cortes na ajuda à saúde materna podem resultar em um retrocesso significativo nessa conquista.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de mortalidade materna caiu 38% desde o ano 2000, o que representa um grande avanço. Isso significa que mais mulheres estão sobrevivendo ao parto e tendo uma gestação saudável. Esse progresso é resultado de uma série de fatores, como o acesso a serviços de saúde de qualidade, educação sexual e reprodutiva, planejamento familiar e políticas públicas que visam garantir os direitos das mulheres.
No entanto, os cortes na ajuda à saúde materna podem colocar em risco esses avanços. Segundo a OMS, os cortes no financiamento global da saúde materna e infantil aumentaram em 2,3 bilhões de dólares entre 2016 e 2018, atingindo principalmente países de baixa e média renda. Esse cenário é ainda mais preocupante quando se considera que a pandemia de COVID-19 pode agravar ainda mais a situação.
A OMS alerta que esses cortes podem resultar em mais de 200 mil mortes maternas adicionais até 2030. Além disso, a falta de investimentos na saúde materna pode levar a um aumento nos partos prematuros, complicações durante a gestação e parto, e até mesmo ao aumento da mortalidade infantil. Isso afeta não apenas a vida das mulheres, mas também a de seus filhos e famílias.
É importante ressaltar que a saúde materna é um direito humano fundamental e deve ser garantida pelo Estado. Quando as mulheres têm acesso a serviços de saúde de qualidade, elas têm mais chances de sobreviver à gravidez e ao parto, além de poderem planejar sua vida reprodutiva e terem mais controle sobre seu próprio corpo. Isso também contribui para uma sociedade mais justa e igualitária.
Além disso, investir na saúde materna também traz benefícios econômicos. Segundo a OMS, a cada dólar investido em saúde materna, há um retorno de 20 dólares em produtividade e economia. Isso porque mulheres saudáveis e bem cuidadas têm mais chances de se manterem no mercado de trabalho e contribuírem para o crescimento econômico.
Portanto, é fundamental que os governos e organizações internacionais se comprometam a manter e aumentar os investimentos na saúde materna. Isso inclui a garantia de acesso a serviços de saúde de qualidade, educação sexual e reprodutiva, planejamento familiar e políticas públicas que promovam a igualdade de gênero. Além disso, é necessário que haja um esforço conjunto para combater a desigualdade social e econômica, que muitas vezes afeta o acesso das mulheres à saúde.
As mulheres têm o direito de ter uma gestação segura e saudável, e isso deve ser uma prioridade em qualquer sociedade. Os avanços conquistados até o momento não podem ser perdidos por conta de cortes na ajuda à saúde materna. É preciso agir agora para garantir um futuro melhor para todas as mulheres e suas famílias. Afinal, a saúde materna é um investimento em um mundo mais justo e igualitário para todos.