Numa altura em que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “está mal, aquilo que se faz é reduzir o serviço para metade”, disse o autarca aos jornalistas.
O presidente social-democrata considerou que este “é mais um contributo para a coesão” territorial e destacou que “os critérios são esses, quando as pessoas do Interior mais precisam de meios eles são retirados”.
“Isto é uma prendinha de Ano Novo que não estávamos à espera”, acrescentou Fernando Ruas, adiantando não ter sido informado sobre o fim da operacionalidade do helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) no período noturno, a partir do dia 01 de janeiro de 2024.
O Ministério da Saúde anunciou esta quinta-feira que dois dos quatro helicópteros de emergência médica ao serviço do INEM em Viseu e em Évora vão deixar de operar à noite, a partir de 01 de janeiro.
O presidente do INEM afirmou que “a situação se deve manter no máximo durante seis meses” e os outros dois helicópteros, baseados em Macedo de Cavaleiros e Loulé, manterão o seu funcionamento 24 horas por dia”.
Em Viseu e Évora, nos períodos noturnos, “as respetivas equipas médicas garantirão a operacionalidade de duas Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER)”.
O INEM salientou que o dispositivo está 100% operacional no período diurno e explicou que o ajuste resulta de, numa consulta de mercado, o instituto só ter recebido duas respostas, uma delas com a solução que se vai implementar a partir de janeiro.
O autarca viseense considerou que, se o helicóptero vai ser “substituído por um veículo de quatro rodas, se calhar, um dia destes, é substituído por uma bicicleta, é mais económico também”.
“Há uma coisa que eu constato, se foi necessário implementá-los durante um período, agora que a situação na saúde se agrava corta-se a metade? Isso ninguém entende. Se calhar devia ter desvalorizado antes da implementação do serviço a 24 horas!”, acrescentou.
“Se passou de 24 horas para metade, como é que se desvaloriza uma situação destas quando a situação da saúde se agrava? Quando as ligações rodoviárias, nomeadamente do IP3 em direção a Coimbra, estão no estado que se conhece?”, questionou.
Com hospitais da região com respostas condicionadas, com os utentes a serem transportados para o Centro Hospitalar Tondela Viseu (CHTV) e de Viseu para Coimbra, vai tornar-se “impossível” Coimbra responder às necessidades.
“Nós fizemos um hospital central para ter resposta aqui, para ir agregando uma parte do território aqui. Se nem este hospital central dá resposta e ainda temos de ir para outro hospital central, de Coimbra, então um dia, é de salto em salto, vamos todos para Lisboa. Só há hospitais em Lisboa”, concluiu Fernando Ruas.
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