A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, mais comumente chamada de COP (Conferência das Partes, na sigla em inglês), vai acontecer entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes, e tem como principal objetivo desenhar um balanço do que foi feito em cada país para baixar as emissões de carbono desde o Acordo de Paris, em 2015. Todos os estudos preliminares mostram que o resultado é decepcionante: a não ser por uma breve queda em 2020, quando a pandemia de Covid-19 freou a atividade econômica no mundo inteiro, os níveis de GEE (gases de efeito estufa) na atmosfera continuam subindo – segundo o Relatório de Lacunas para as Emissões 2023, a taxa subiu 1,2% de 2021 para 2022, atingindo novo recorde: foram 57,4 gigatoneladas de CO2 equivalente (CO2e) despejadas nos céus.
Dado o cenário ruim, este balanço, chamado Global Stocktake, será fundamental para definir os próximos passos para a mitigação das causas e efeitos das mudanças climáticas e, tão importante quanto, a criação de uma nova estrutura para financiar essas ações. O papel do agro nesse cenário é tema da edição de novembro de VEJA Insights. Clique para fazer o download gratuito.
Como será a participação brasileira na COP?
O Brasil sempre exerce um papel de destaque nos grandes eventos de discussão dos problemas climáticos, desde que sediou o primeiro deles, em 1992, no Rio de Janeiro. Tudo indica que em Dubai esse protagonismo será ainda maior.
Em termos simbólicos, porque a COP30, em 2025, será sediada em Belém do Pará e o governo Lula encara a responsabilidade de mostrar comprometimento com a agenda verde – e com isso atrair financiamento para ações climáticas e de preservação de florestas para o país – com uma oportunidade única.
Mas é em termos bem práticos que o Brasil pretende ganhar o centro do palco na COP em Dubai. O país tem um perfil único na sua matriz de emissão de GEE, uma vez que o comum é que a queima de combustíveis fósseis seja o maior responsável por jogar carbono na atmosfera. A matriz energética nacional é das mais limpas do mundo, tradicionalmente baseada em hidrelétricas, e com crescente participação de usinas de fontes renováveis como eólica, solar, de biomassa, etc.
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A boa notícia que vem do agronegócio
Os maiores emissores no Brasil são o desmatamento florestal e a pecuária, ambos ligados ao agronegócio. A boa notícia é que o país tem criado políticas públicas e técnicas inovadoras para a redução de suas emissões vindas do campo, graças ao desenvolvimento científico e tecnológico nacional e a difusão de métodos de agricultura e criação de gado de baixa emissão de carbono.
Os produtores rurais brasileiros estão produzindo cada vez mais, garantindo a segurança alimentar de uma fatia cada vez maior da humanidade, e usando cada vez menos insumos. A virada de chave foi o desenvolvimento de metodologias mais adaptadas ao clima tropical e aos biomas brasileiros. É esse conhecimento que o país pretende levar à COP28 para exportar, além das commodities, as soluções para os problemas climáticos em todo o planeta.
No especial, VEJA Insights mostra os principais avanços da agricultura sustentável e de baixa emissão de carbono que o Brasil pretende apresentar para o mundo em Dubai, além de discutir o que pode ser feito para mitigar o insistente problema do desmatamento e das queimadas no campo. Clique para fazer o download gratuito.
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